Duvidar é fácil, sobretudo quando está envolvido o Segundo Advento. Um dia segue-se a outro dia, e um ano segue-se a outro ano, e o fluir da História continua. E, com a embaladora passagem do tempo, o regresso de Cristo cai para segundo plano no nosso pensamento – transformado num pouco de mitologia do Novo Testamento ou talvez num desejo piedoso, no qual pensamos quando estamos doentes ou quando perdemos um ente querido. Mas, logo que a crise passa, o nosso esquema de pensamento regressa ao “normal”, enquanto aplicamos todos os nossos recursos a construir de forma brilhante e feliz o nosso futuro terrestre.
Lembro-me de como era brilhante a promessa da Segunda Vinda quando, com 19 anos, me tornei cristão pela primeira vez. Estava certo de que nunca chegaria aos 30 anos. Na verdade, fiz os dois últimos anos da faculdade num só para ter a oportunidade de pregar antes que o fim chegasse.
Isso foi há mais de 50 anos. E o tempo continua a decorrer implacavelmente. Ao longo do passar da História essa perceção tem levado muitas pessoas a escarnecerem dos ensinos da Bíblia sobre o Advento e a viverem de acordo com “as suas próprias concupiscências”, referindo que as coisas estão como sempre estiveram.
É neste ponto que o combativo Pedro entra em ação, notando que a filosofia do uniformitarismo, com base nos fenómenos da Terra, ignora dois factos importantes. Primeiro, que houve um princípio quando Deus criou a Terra. E segundo, que houve um enorme dilúvio no tempo de Noé, que destruiu a civilização daquele tempo. Deus concretizou esses dois factos, declara Pedro, por meio da Sua intervenção na História. Foram ações divinas impossíveis de predizer do ponto de vista do decorrer evolutivo do tempo. E tão certa como estes acontecimentos, garante ele, é a Segunda Vinda de Jesus.
Para Pedro, seguindo os ensinos do seu Senhor, o Segundo Advento é um acontecimento incontestável. E todas as dúvidas, o escárnio e o viver desenfreado dos seres humanos não mudarão esse facto.
As suas palavras são um chamado a todos nós para despertarmos. Precisamos de preparar a nossa vida para mais do que uma aposentação confortável com os nossos netos. O facto do Segundo Advento é tão certo como a realidade da Terra em que vivemos e como o ar que respiramos.