Quando pensamos na missão mundial, com demasiada frequência temos a ideia de que é ir para longe, para alguma terra estrangeira, onde os “pagãos” nunca ouviram falar de Jesus. O próprio Cristo pôs em marcha precisamente o programa contrário. A Sua ordem foi para nós começarmos com os “pagãos” na nossa própria cidade.
Para os primeiros discípulos, isto significou Jerusalém. Durante anos Jesus lançara a semente do Evangelho na metrópole judaica. Ali Ele “tinha sido condenado e crucificado. Em Jerusalém havia muita gente que, secretamente, acreditava que Jesus de Nazaré era o Messias, e muitos outros que tinham sido enganados pelos sacerdotes e príncipes. A esses, o Evangelho devia ser proclamado” (Atos dos Apóstolos, p. 25, ed. P. SerVir).
O que encontramos no livro de Atos é o preenchimento do programa ou itinerário missionário estabelecido em Atos 1:8. Obedecendo aos conselhos de Jesus, os Seus seguidores pregaram primeiro em Jerusalém. E os frutos surgiram rapidamente por causa dos muitos corações que esperavam, que já tinham conhecido Jesus, mas que não tinham decidido ainda dedicar-Lhe a sua vida. A colheita estava agora madura e cerca de 3000 crentes judaicos seriam batizados no dia de Pentecostes (Atos 2:41), com muitos mais a unirem-se à Igreja a cada dia que passava (versículo 47). E até “grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6:7).
Embora os primeiros passos pós Pentecostes na missão cristã tivessem lugar em Jerusalém (Atos 2-6), o martírio de Estêvão (Atos 7) levou os crentes a serem “dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria” (Atos 8:1). E, com esse evento, alargou-se a ação da missão cristã, como as ondas numa superfície de água onde cai uma pedra. Atos 8 realça o ministério de Filipe em Samaria. Depois, Atos 10 apresenta o apóstolo Pedro a levar relutantemente a mensagem de Cristo a um Gentio. E com a conversão de Cornélio, o não Judeu, abriu-se o caminho para o Evangelho chegar ao resto do mundo, num processo que Atos apresenta na obra do apóstolo Paulo, de Atos 13 a 28.
A obra de Paulo foi, naturalmente, apenas um braço da missão apostólica de levar o Evangelho até aos confins da Terra. Como vimos anteriormente, Tomé levou-o até à Pérsia e provavelmente até à Índia. Outros proclamaram Cristo em África e noutros lugares. O círculo sempre crescente do evangelismo cristão continuará até que “todo o mundo” tenha ouvido a mensagem do Cristo ressuscitado. “E então virá o fim” (Mat. 24:14).