Jesus tinha um plano. Uma missão bem-sucedida não é uma coisa que simplesmente acontece. Requer pensamento, direção e poder. O primeiro passo no colossal plano de Jesus era os Seus seguidores estarem plenamente preparados para a difícil tarefa. Isto requeria não só conhecimento, que Ele lhes tinha comunicado enquanto esteve aqui na Terra, mas também poder divino.
A palavra grega para “poder” é dynamis, da qual deriva a nossa palavra “dinamite”. Recordo-me perfeitamente de uma viagem que fiz pelo deserto do Sul da Califórnia há perto de 50 anos. O que atraiu a minha atenção foi um clarão ofuscante numa montanha a alguns quilómetros de distância. A seguir, vi uma enorme nuvem de poeira e entulho. Nessa altura, o meu carro foi sacudido pelas primeiras ondas de som, e percebi que tinha assistido a uma tremenda explosão. O produto explosivo naquele caso tinha sido sem dúvida dinamite. Dinamite é uma forma de dynamis ou poder. Paulo associa a mensagem do Evangelho a essa mesma força quando escreve que “o Evangelho de Cristo … é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rom. 1:16).
Uma razão pela qual ele não se envergonhava do Evangelho era porque este era apoiado pelo poder de Deus. E uma coisa que o apóstolo torna perfeitamente clara nos primeiros capítulos de Romanos é que as pessoas são incapazes de se salvarem a si mesmas das garras do pecado. Por muito que se esforcem, não se conseguem libertar da sua devastação. É aí que entra o poder de Deus. Ele pode fazer o que nós não podemos.
Esta verdade aplica-se tanto à salvação de pecadores como à propagação da verdade do Evangelho. E o Espírito Santo é o agente de Deus nessas tarefas. A obra do Espírito está na base de todo o verdadeiro evangelismo cristão. Sem o Espírito não há dynamis.
Isto leva-nos à segunda parte do plano missionário de Jesus. Ele chama os Seus seguidores fortalecidos pelo Espírito a serem os Seus agentes ou as Suas testemunhas. Encontramos aqui uma outra palavra grega importante, martys, da qual deriva a palavra portuguesa “mártir”. Originalmente, a palavra apontava para alguém que dava testemunho num tribunal. No Novo Testamento, porém, veio a significar alguém que servia de testemunha ou que dava testemunho da verdade do Evangelho de Cristo. Acabou por significar alguém disposto a morrer em vez de voltar as costas a Jesus e à pregação da Sua mensagem.
Deus continua a chamar pessoas para serem Suas testemunhas investidas de poder. Hoje, Ele está a convocar-me a mim e a si pessoalmente. Que resposta Lhe vamos dar?