Elas tinham um trabalho a fazer e sabiam-no. Jesus morrera ao fim da tarde de sexta¬-feira e não houvera tempo para preparar adequadamente o Seu corpo para o sepultamento antes da chegada do Sábado. O corpo tinha simplesmente sido envolvido em linho e colocado numa saliência da rocha, após o que alguém rolou a pedra à frente da entrada e os soldados romanos selaram-na, enquanto os dirigentes judaicos observavam para verem que tudo era feito corretamente.
Mas a tarefa do sepultamento não tinha sido concluída. O lençol de linho à volta do corpo tinha de ser desenrolado, e enrolado de novo enquanto iam sendo colocadas as especiarias nas dobras do lençol.
Com o objetivo de cumprir essa tarefa, chegaram algumas mulheres trazendo especiarias, possivelmente as que Nicodemos comprara. A última coisa com que contavam era encontrar um túmulo vazio. É óbvio que, enquanto se dirigiram para o túmulo, elas não pensavam para si mesmas: “Bom, temos aqui algumas especiarias só para o caso de Ele continuar morto, mas na realidade pensamos que Ele está vivo de novo.” Pelo contrário. As mulheres conheciam o princípio básico da vida, de que as pessoas que morrem permanecem nesse estado.
Mas o túmulo vazio alterou o seu modo de pensar, a sua tarefa imediata e a sua vida.
Contudo, não deveriam ter ficado surpreendidas. Afinal, Jesus tinha-lhes repetidamente dito que ao terceiro dia ressuscitaria.
Encontramos aqui um problema de que todos sofremos. Com demasiada frequência ouvimos palavras, mas não estamos atentos ao seu significado. Porquê? Porque temos a mente formatada. Sabemos no que acreditamos, nós e o nosso “grupo”. E essas crenças dão¬-nos a estrutura mental com que “ouvimos” e interpretamos novas ideias. As conclusões que não se enquadram nas nossas estruturas mentais são por nós geralmente mal entendidas, se não mesmo rejeitadas.
O leitor e eu sofremos do mesmo problema auditivo que os discípulos.
Abre, Senhor, os nossos ouvidos, para que possamos ouvir verdadeiramente e estar preparados para os acontecimentos futuros na realização do Teu plano grandioso.