Esta passagem está repleta de significado. Vistos no contexto do fluir de Daniel 7, os versículos não falam do Segundo Advento, mas, sim, da chegada de Cristo à cena do julgamento. O cenário foi montado para o efeito nos versículos 9 e 10, os quais apresen¬tam a colocação pública dos tronos, a chegada do Pai, e a abertura dos livros que contêm a evidência que constitui a base do julgamento final. Neste ponto, Daniel descreve Cristo com as palavras “um como o filho do homem”, que Se junta ao Pai na parte final do jul¬gamento antes de porem um fim à história terrestre.
A visão mostra que o julgamento termina a favor de Jesus, que, na sua conclusão, recebe um domínio eterno. Esse decreto sela para sempre o destino de Satanás e torna o Universo de Deus num lugar seguro por toda a eternidade futura. E o julgamento da justificação de Jesus envolve os Seus seguidores na vitória. Assim, um julgamento em favor das obras de Jesus na Terra é também um veredito para a justificação final e eterna daqueles que escolheram aceitar os benefícios da Sua incarnação, da Sua vida, morte e ressurreição.
Uma das coisas mais interessantes acerca desta cena do julgamento é que Jesus é referido aí como “o filho do homem”. Este é o versículo que levou Jesus a escolher esse título como descrição favorita de Si mesmo durante o Seu ministério terrestre. Ele preferiu-o a Messias ou Cristo, porque esta designação tinha adquirido demasiadas ideias relacionadas com um rei conquistador. Para evitar isso, Jesus preferiu identificar-Se como “o Filho do homem”.
É muito interessante que João, o revelador, retome uma vez mais o título do Filho do Homem em Apocalipse 14:14-16 para representar Jesus a vir nas nuvens dos céus, no final dos tempos, a fim de levar o Seu povo para o lar. Assim, podemos ver que os Judeus não estavam totalmente errados quando visualizavam o Messias como um rei conquistador. Mas, também não estavam completamente corretos. Na realidade, o ministério de Jesus como o Filho do Homem tem dois aspetos – o primeiro, como servo sofredor, e o segundo, como Rei vindouro. O julgamento final utiliza os feitos da primeira fase da Sua obra como justificação para a segunda, quando Lhe é entregue o domínio eterno.