A Sua hora tinha chegado. Agora restava-Lhe apenas tempo para algumas breves palavras de consolo e de esperança. Então Jesus vai além das Suas instruções de despedida, começadas em João 13, e oferece, no capítulo 17, a Sua grande oração por eles e pela Igreja. E, finalmente, chegou a caminhada com os discípulos através do Vale de Cedron e pela encosta do Getsémani acima, onde se deu o Seu encontro com um bando de soldados romanos.
O momento para as últimas despedidas chegara. “Um pouco, e não me vereis”, disse Jesus aos discípulos. Depois acrescentou que “outra vez um pouco”, e vê-l’O-iam (João 16:16). Como seria de esperar, esta declaração deixou-os perplexos, tal como aquela outra sobre a Sua ida para o Pai (versículo 17). O aspeto a salientar é que a Sua ressurreição transformaria a tristeza deles em alegria (versículo 20). Essa alegria encheria de tal maneira o coração e a mente deles que a sua vida nunca mais voltaria a ser a mesma.
Mas eles ainda não conseguiam perceber isso. Naquele momento, Jesus só podia fazer promessas a respeito do futuro. No tempo intermédio, tinham de viver pela fé.
No entanto, a fé é uma coisa frágil, mesmo entre aqueles que melhor conheciam Jesus. Daí que a sua confiança em breve se desfez, quando Ele foi preso e eles fugiram da cena e abandonaram o seu Senhor. Mas Ele conhecia-os. Não desistindo deles, voltaria a reuni-los e enviá-los-ia até aos confins da Terra para realizarem grandes coisas em Seu nome. Entretanto, eles podiam ter bom ânimo, porque acreditavam em Alguém que vencera o mundo e que partilharia com eles a Sua vitória.
Estes acontecimentos têm alguma coisa para mim. A minha fé também é frágil. E eu, por vezes, também fujo de Cristo, quando as coisas se tornam demasiado difíceis. Ele, porém, não desiste de mim – mesmo quando O abandono. Também eu posso ter bom ânimo, porque tenho um Senhor que compreende e cuida de mim como indivíduo, mesmo quando O dececiono.