Jesus atingira o ponto de crise da Sua vida com a fraqueza da Sua humanidade a debater-se com a vontade de Deus.
É demasiado fácil vê-l’O como uma espécie de super-homem a percorrer a vida de uma vitória fácil para outra. Mas não foi assim! Como os demais de nós, Ele teve lutas. Mas as Suas batalhas foram muito maiores do que as nossas, na medida em que a magnitude da Sua missão excedia o propósito da nossa vida. Atormentados pelas pequenas tentações e pelos desafios que surgem no nosso caminho, com demasiada frequência vamo-nos abaixo mesmo antes de nos ser imposta uma grande pressão. Contudo, se Jesus recuasse, seria negar toda a razão para a Incarnação.
Ele tinha apenas duas opções: avançar, para o Seu sacrifício definitivo no Calvário ou desistir e deixar toda a Humanidade a colher a sua própria destruição.
E o diabo conhecia bem aquilo que estava em jogo. Até então ele tinha tido livre curso na Terra. Porém, se Cristo prosseguisse com a Sua missão, Satanás sabia que esta selaria a sua própria destruição. O destino do mundo pendia na balança do que teria lugar naquelas próximas horas.
Foi envolto nesta tensão que Cristo entrou no Getsémani. A Sua oração repetida três vezes mostra-O a lutar, como nunca antes, à medida que a decisão mais importante da Sua vida se apresentava à Sua frente.
Como outros seres humanos, Ele não tinha nenhum desejo de experimentar a humilhante morte numa cruz. Esta não era, porém, a verdadeira questão. O problema central era que, na cruz, Ele morreria pelos pecados de toda a Humanidade. Tornar-Se-ia pecado por nós (II Cor. 5:21), assumindo sobre Si mesmo a nossa maldição (Gál. 3:13). Esse era o problema.
O Desejado de Todas as Nações indica que Jesus “sentia que, por causa do pecado, estava a ser separado do Pai. O abismo era tão largo, tão negro, tão profundo, que o Seu espírito tremeu diante dele. Para escapar a esta agonia, não deve exercer o Seu poder divino. Como homem, deve sofrer as consequências do pecado do homem. Como homem, deve suportar a ira de Deus contra a transgressão” (p. 586, ed. P. SerVir).
Foi com esse peso sobre Si que Ele lutou em agonia, declarando, por fim, que faria a vontade de Deus em vez da Sua própria.