A noite nunca lhe pareceu tão escura e triste como aquela noite. As trevas eram densas, não somente lá fora. Dentro de si, a escuridão era mais tenebrosa: tristeza, vazio, desespero, confusão. Que sentido tinha viver daquela maneira? A beleza física, que era causa de admiração, parecia uma maldição. O que, ao princípio, lhe parecia apenas uma sede louca de aventura, hoje era uma pista inclinada que a levava em direção à morte.
De repente, na escuridão, brilhou a luz. Inesperada, milagrosa, súbita. Veio em forma de música. Notas maravilhosas que a trasladaram a um mundo desconhecido. Palavras que descreviam a sua trágica experiência acabaram por trazer esperança ao seu coração angustiado.
Enquanto eu saía do estádio, naquela noite, ela correu ao meu lado e, emocionada, quase gritou a sua gratidão. Chorava. Sentia que as lágrimas lavavam a sua alma. Havia muito lixo, e, inesperadamente, sentia-se perdoada. “Obrigada por me falar do amor de Deus”, disse. “Nunca pensei que a misericórdia divina fosse tão grande”.
Ah, misericórdia divina! O que seria de nós, se o amor de Deus não se elevasse acima dos céus? Os céus são usados, muitas vezes, para expressar a imensidão, a vastidão. Os céus não podem ser medidos. É algo que a mente humana não consegue entender. No texto de hoje, o Salmista declara que a misericórdia é ainda maior do que os céus.
A misericórdia de Deus faz com que não recebamos o que merecemos. Livra-nos da consequência fatal do pecado, que é a morte. Todos pecamos e, portanto, merecemos morrer. Constantemente, a cada instante, estamos a tomar decisões erradas. Em busca do bem, escolhemos o mal, e começamos a morrer. Pela Sua misericórdia, o Senhor retira de nós a sentença de morte. Por isso, faz deste dia um dia de gratidão.
Esquece o passado, vive o presente com sabedoria e olha para o futuro com esperança, ainda que as coisas pareçam escapar ao teu controlo. Apesar de a dor bater à porta do teu coração e de te asfixiar, crê no amor de Deus. “Porque a tua benignidade se eleva acima dos céus, e a tua verdade ultrapassa as mais altas nuvens.”